Com bico de pato, corpo peludo, rabo de castor, patas com cartilagens e sem orelhas externas, o ornitorrinco, mamífero carnívoro semiaquático, foi considerado uma impossibilidade, até uma fraude, quando um primeiro exemplar empalhado foi exibido na Inglaterra.
Mas esse bicho era real, embora tão surpreendente como a aposta no crescimento brasileiro depois da recuperação inicial, de caráter cíclico.
Mas essa aposta tem sido renovada, como se o horizonte estivesse claro.
Dia após dia, a Corte apresenta ao País um cardápio de decisões que têm base não na Constituição, por cuja aplicação tem o dever de zelar, mas em “sentimentos” ou “evoluções” de pensamentos de seus ministros ao sabor das circunstâncias.
De bolos e doces a uma singela limonada, esse limão foi resgatado por uma nova geração de chefs de cozinha – e agora é cultivado até em sacadas de apartamento.
O recordista nacional de votos para deputado federal é Enéas Carneiro (“Meu nome é Enéas”). O segundo é Celso Russomanno. O terceiro, eleito e reeleito com mais de um milhão de votos, é Tiririca (“pior do que está não fica”). Os três por São Paulo, o Estado mais rico do país.
O Rio tem agora uma ótima chance de superar esses campeões de votos. A funkeira DJ MC Carol, filiada ao PCdoB fluminense, quer candidatar-se a deputada federal (espera apenas a convenção partidária para ser candidata de direito).
A DJ MC Carol ganhou popularidade com este funk de grande sucesso, letra e música de sua autoria, também cantado por ela:
“Tô, Tô/ Tô usando crack/ Tô usando crack
Larguei minha família, a escola/ Você sabe
Parei com a maconha/ Tô usando crack
A maconha te engorda/ Use crack que é mais light
Tô usando crack/ Tô usando crack
Vou perder os meus amigos/ Se prostituir faz parte
Tô usando crack/ Tô usando crack”
O partido, quando lança um candidato, acena para o eleitor com alguém presumivelmente ligado à sua ideologia política.
O eleitor vota em quem quiser, presumivelmente em quem tenha sua tendência – no caso, esquerda.
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou, ontem, um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retirar do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, trechos da delação da Odebrecht que narram fatos relativos a investigações em torno do petista.
Por decisão de três dos cinco ministros da turma, os documentos serão encaminhados à Justiça Federal de São Paulo.
Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, claro, concordaram com os argumentos dos advogados de Lula, de que os fatos relatados não dizem respeito a crimes relativos a Petrobras.